Analisemos friamente, sem emoções esta crise.
Confesso que já esperava a demissão de
Gaspar, mas quando ouvi a demissão de Portas, feita sem o Partido ter
conhecimento, pensei ser uma crise de histerismo, consequência de ter passado
mal a noite, uma prova de irresponsabilidade etc. Etc.
Depois olhando o resultado da crise,
analisando o nível intelectual das personagens, só pude concluir que mais uma
vez, Paulo Portas fez uma jogada política muito inteligente e de mestre.
1ª Verdade: Paulo Portas sempre referiu
que nunca provocaria uma crise que provocasse eleições antecipadas pois a sua
política na coligação era a de tirar Portugal do “protectorado” na data
indicada no memorando. Uma crise provocada por ele NUNCA poderia provocar
eleições.
2ª Verdade: Paulo Portas já tinha
referido nos últimos tempos querer políticas económicas diferentes.
3ª Verdade: Paulo Portas para concretizar
a 2ª verdade teria de ter mais poder na coligação.
4ª Verdade: Passos coelho não lhe dava
esse poder.
Resultado da crise: Concretização das 3
Verdades.
Agora vejamos se ele tivesse tomado
outras acções com vista a atingir o resultado pretendido, ele tivesse
conseguido esse resultado.
1ª opção: informar Passos Coelho com
conhecimento dos média de que se demitiria se ele mantivesse a nomeação de
Maria Luiz Albuquerque.
A
partir do momento em que os média tomassem conta da informação a queda do
Governo era potencialmente inevitável pois a coligação ficaria demasiado
fragilizada.
2ª Opção: Portas Informava o Partido que
se iria demitir e levava o Partido a assumir com ele essa ruptura da coligação.
Se
isso acontecesse, não ficaria nenhuma saída para Passos Coelho no sentido de
querer negociações para manter a coligação, o que NA REALIDADE era o que Porta
desejava e foi o que aconteceu. Passos Coelho AGARROU essa porta de saída na
declaração que fez logo após a demissão de Portas
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