09 julho, 2013

A Demissão de Gaspar e Portas


Analisemos friamente, sem emoções  esta crise.
Confesso que já esperava a demissão de Gaspar, mas quando ouvi a demissão de Portas, feita sem o Partido ter conhecimento, pensei ser uma crise de histerismo, consequência de ter passado mal a noite, uma prova de irresponsabilidade etc. Etc.

Depois olhando o resultado da crise, analisando o nível intelectual das personagens, só pude concluir que mais uma vez, Paulo Portas fez uma jogada política muito inteligente e de mestre.

1ª Verdade: Paulo Portas sempre referiu que nunca provocaria uma crise que provocasse eleições antecipadas pois a sua política na coligação era a de tirar Portugal do “protectorado” na data indicada no memorando. Uma crise provocada por ele NUNCA poderia provocar eleições.

2ª Verdade: Paulo Portas já tinha referido nos últimos tempos querer políticas económicas diferentes.

3ª Verdade: Paulo Portas para concretizar a 2ª verdade teria de ter mais poder na coligação.

4ª Verdade: Passos coelho não lhe dava esse poder.

Resultado da crise: Concretização das 3 Verdades.

Agora vejamos se ele tivesse tomado outras acções com vista a atingir o resultado pretendido, ele tivesse conseguido esse resultado.

1ª opção: informar Passos Coelho com conhecimento dos média de que se demitiria se ele mantivesse a nomeação de Maria Luiz Albuquerque.
            A partir do momento em que os média tomassem conta da informação a queda do Governo era potencialmente inevitável pois a coligação ficaria demasiado fragilizada.

2ª Opção: Portas Informava o Partido que se iria demitir e levava o Partido a assumir com ele essa ruptura da coligação.
            Se isso acontecesse, não ficaria nenhuma saída para Passos Coelho no sentido de querer negociações para manter a coligação, o que NA REALIDADE era o que Porta desejava e foi o que aconteceu. Passos Coelho AGARROU essa porta de saída na declaração que fez logo após a demissão de Portas


Sem comentários: