01 dezembro, 2008

O PROFESSOR QUE ME MARCOU

Tive o privilégio de ter ficado integrado numa turma do Liceu Pedro Nunes onde o Ministério da Educação da altura (quase 40 anos), realizava experiências pedagogicas.
Nessa altura houve um professor que me marcou para a vida. O professor Jaime Furtado Leote, professor de matemática. Nunca fui um aluno brilhante, e as matemáticas modernas não eram o meu forte. O Professor Leote sabia onde tocar no interior de um aluno para "puxar" por ele. Nunca mais me esqueci de um dia de entrega de testes, onde a minha nota não devia ter sido positiva, o Professor Leote, com o meu teste na mão antes de o entregar me disse: "O teu pai gosta muito de ti" entregou-me o teste e não disse mais nada. Não me disse nada que eu não soubesse mas tocou-me profundamente.

13 junho, 2008

O discurso de Cavaco Silva no DIA da RAÇA – 10 de Junho 2008

Dizem que o nosso Presidente cometeu uma Gaffe quando, referindo-se ao Dia de Portugal de Camões e das Comunidades, utilizou a expressão DIA da Raça.

Na minha modesta opinião, (para que servem os Blogs), Cavaco Silva não se enganou, mas sim, possivelmente por instinto, saíu-lhe a frase que mais resumia o que ele sentia dos Portugueses como povo, como Raça.

Senão, reparem na transcrição abaixo, do seu discurso nesse dia:

“ Há, no entanto, outro tipo de recursos que, porventura, não estaremos a utilizar tão bem como deveríamos.
No decorrer das viagens que fiz como Presidente da República e dos contactos internacionais que venho mantendo com quem nos visita, tenho verificado que a ideia de um Portugal que foi à aventura e se cruzou com gentes e culturas as mais diversas, longe de ser uma lembrança que já se esfumou no tempo, é, pelo contrário, uma imagem constante, que permanece viva.
Da Europa aos Estados Unidos, da Índia ao Brasil, de Moçambique aos vários Estados do Médio Oriente, perduram não apenas vestígios materiais e espirituais da nossa presença nessas terras, mas, acima de tudo, um reconhecimento generalizado pela capacidade que temos de nos integrar e, ao mesmo tempo, de nos abrir aos outros.
Esse universalismo, que se tomou a nossa verdadeira imagem de marca, encontra-se alicerçado na História.
Portugal não se limitou a andar pelo mundo e a conhecer vagamente outros povos com quem se defrontou ou negociou.
Portugal entendeu-se e misturou-se realmente com os outros, criou raízes fora de casa, lançou as bases para novas nações e pontes para o diálogo internacional que hoje tanto reivindicamos.
Mas o universalismo português é ainda, na actualidade, um facto bem visível. Um universalismo como aquele de que fala Eduardo Lourenço, quando nos diz “O Universal não é um espaço, é a universalidade do olhar que o pensa”.
Aliás, seria estranho que uma experiência tão vasta e tão prolongada de vivência universalista não tivesse deixado marcas na nossa maneira de ser, de estar e de ver o mundo.” Fim de citação.

Perante isto, na realidade somos únicos como povo de mistura de várias raças e gentes, a nossa maneira de guerrear é combate-los e dormir com eles e na nossa condescendencia e analise critica e humana, de seculos de experiência, construir com o inimigo e depois faze-lo parte de nós.

Nós os portugueses somos uma Raça própria. Ao Senhor Presidente fugiu-lhe a boca para a verdade.

07 junho, 2008

PINTO DA COSTA - O grande homem

Será que é culpado ?

Será que o F C Porto está a ser injustiçado ?

Com tanta discussão pública começo sinceramente a ter dúvidas.

Afinal o homem até é honesto. Currupção no Futebol ? em Portugal ? NÃO, não é possível !!!

As grandes dúvidas sobre o tema tem origem em alguns requesitos legais que, pelos vistos, são suficientes para na Televisão, perante o país, o Grande homem, O Grande Portista, O Grande Português , mostre que está a ser, ele, o Porto cidade, o FC Porto, os portistas, todos no mesmo saco onde O Grande homem os colocou, a ser injustamente acusados de desonestidade. E nós, os outros a ver na Televisão que afinal ele não faz mais que os outros, e por conseguinte é desculpável.

Como é possível que nos deixemos arrastar por esta polémica, nós, os tais outros, os jornalistas, a televisão, os jornais.

Lamento, mas eu não me consigo enquadrar nestes outros.

Eu estou envergonhado como português

28 maio, 2008

Acordo Ortográfico - SIM ou NÃO

Muito se tem falado do acordo ortográfico da lingua portuguesa. Fortes posições a favor e fortes posições contra vindo de pessoas por quem tenho muita consideração pelos seu histórico e pelo conhecimento que foram adquirindo ao longo da vida.

Como também me sinto cidadão desta lingua, penso, humildemente, que tenho direito também a uma opinião.

Gostaria de olhar para o tema do ponto vista da história, e da evolução dos povos.

A minha posição terá de ser a consequência das respostas às seguintes perguntas:

Porque é que existem tantas linguas diferentes ?

Havendo tantas linguas diferentes, porque é que há linguas diferentes mas cuja origem é a mesma ? Exemplo do Romeno, Italiano, Francês, Espanhol e Português que tem origem no Latim ?


Porque razão e devido a que circunstancias, as linguas diferentes mas com a mesma origem, são sentidas como pertencentes a paízes específicos


Porque é que o Latim, o Copta, o Sanscrito são linguas mortas ?
Será que se tivessem sido feitos acordos ortográficos (se fosse possível atendendo à dificuldade de aproximação dos povos nas épocas passadas), será que hoje não estariamos a falar um Latim mais evoluido na Romenia, Italia, França, Portugal, Espanha, Portugal, Brazil e outros tantos países de Africa e América do Sul ?

Se segundo dados revelados pela Unesco, a estimativa é que uma língua morra a cada duas semanas e que mais de 50% das 6.000 línguas do mundo desapareçam ao longo deste século, que linguas se vão falar dentro de 3 seculos no mundo, agora que a tecnologia aproxima os povos ?
A União Europeia era possível à 200 anos com a livre circulação de pessoas e bens e principios económicos e políticos semelhantes ?

Como vai ser o mundo dentro de 300 anos ? dividido em países ou unido nos mesmos objectivos ?

Onde se identificam "Os Velhos do Restelo" nos SIM ou nos NÃO ?

As respostas a estas perguntas parecem-me obvias para mim.

E para vocês ?

Qual é a lingua que vai sobreviver ? Português de Portugal ou do Brasil ?

Acordo ortográfico sim ou não ?

Ainda a Igualdade de Genero

Ontem 27 de Maio 2008, numa entrevista televisiva com o Prof. António Barreto e o Dr. José Miguel Judice, o Prof. referiu uma situação existente no recente acordo do novo Contrato Colectivo Trabalho da Indústria Corticeira.

Pelo que ele afirmou, o novo CCT refere que dentro de 8 anos haverá salário igual para trabalho igual.

O espantoso é que não só o anterior CCT não considerava salario igual entre homens e mulheres para trabalho igual, como o novo só o implementa dentro de 8 anos.

Estamos a falar de um acordo onde um dos maiores grupos económicos está presente e numa indústria crucial no país.

Será que é verdade que passados 34 anos do 25 de Abril, no Sec. 21, num país europeu pertencente à UE, onde a Constituição do país é explicita, ninguém soubesse deste escandalo ? Será verdade ?

Tive de partilhar este facto porque estou mesmo escandalizado e ainda por cima o CCT da Indústria do calçado é igual. E mais, o Governo foi interpelado na Ass. República no ano passado sobre este tema e pelos vistos continua tudo na mesma.

09 março, 2008

IGUALDADE DE GENERO



Hoje é dia da mulher e hà alguns anos, num momento criativo, resolvi escrever às minhas amigas o que penso sobre as mulheres. Hoje, estando envolvido em grupos de discussão sobre acções empresariais que levem cada vez mais à igualdade entre homens e mulheres na vida profissional e social, na sequencia de directivas europeias nesse sentido, constato situações tão estranhas que me levam a dissertar, nalguns casos com humor sobre alguns depoiamentos.

As várias empresas mostraram as várias prácticas em vigor no sentido da não discriminação de raças, tendencias sexuais, genero nas politicas de recrutamento, de indução as funções, de salários etc.
Foi referido que não se tratava de não discriminação de raças e tendencias sexuais mas que o importante era haver igualdade de genero nos termos utilizados na escrita.

Exemplo: Num texto em que se refiram os colaboradores da empresa ou os empregados da empresa, deveria-se dizer “os colaboradores E as colaboradoras” ou “ os trabalhadores E as trabalhadoras”ou “os empregados e as empregadas”. Quem o afirmava dizia sentir-se discriminada como mulher quando a palavra era referida somente no masculino. Sugeria que se tentasse utilizar termos onde o genero não estivesse referido como “pessoas” por exemplo. Nesse preciso momento deixei de participar na discussão onde o meu genero estava em minoria.

Aqui entre nós, vou pensar um pouco no tema.

“As pessoas desta empresa tem os objectivos perfeitamente definidos”

AS PESSOAS – Mas AS é feminino. OS pessoas não existe na lingua portuguesa. Será que estamos a descriminar os homens ?. E pessoas humanas ? Será que existem pessoas que não são humanas ? . De qualquer maneira teriamos de dizer Os humanos e As humanas desta empresa. Nunca poderiamos dizer “As pessoas e Os humanos” referindo-nos às mulheres e aos homens respectivamente pois as mulheres poderiam sentir-se discriminadas por não estarem a ser consideradas humanas.
Hà outra expressão que também temos de deixar de usar – “O PESSOAL” . O termo é masculino e não existe no feminino.

Já sei – Vamos aproveitar o acordo ortográfico com o Brasil e inserir mais uns termos na lingua de Camões e de Coimbra ou então simplificamos e dizemos em Inglês – The people – The personel ou então dizemos às mulheres que iremos passar a usar os termos sempre no feminino. Possivelmente levamos para a laracha, passamos a considerar normal como usar gravata no emprego em Lisboa ou sapatos de tenis em Silicon Valey.
De certeza que não nos vamos sentir discriminados.
A NÃO SER ...

A não ser se neste mundo as mulheres começarem a assumir uma preponderancia superior aos homens e o que ao longo da história da civilização se constatou de subserviencia da mulher face ao homem, passar a ser ao contrário, e a história diz-nos que numa revolução se passa para o extremo oposto com abusos de poder e que só ao fim de algum tempo e experiencia entre as partes, a balança se estabiliza. Aì será que vamos passar nós os homens, a fazer reuniões e a alterar a lingua para ver se a pouco e pouco deixamos de ser discriminados no genero ?

Afinal qual é o caminho ?

O caminho está dentro de nós e na consciencia social de que as mulheres são iguais aos homens nos seus direitos e deveres. Essa consciencia cresce naturalmente na sociedade à medida que nos apercebemos a importancia do ponto e vista feminino nas tomadas de decisões.

A consciencia social que nos leva a assumir posições de protecção do ambiente e responsabilidade social que temos em relação a mais desfavorecidos. Hà 20 anos não pensavamos da mesma maneira que hoje sobre estes temas.

Será que é preciso mudar o vocabulário ou a nossa lingua ?

Bernardo