09 março, 2008

IGUALDADE DE GENERO



Hoje é dia da mulher e hà alguns anos, num momento criativo, resolvi escrever às minhas amigas o que penso sobre as mulheres. Hoje, estando envolvido em grupos de discussão sobre acções empresariais que levem cada vez mais à igualdade entre homens e mulheres na vida profissional e social, na sequencia de directivas europeias nesse sentido, constato situações tão estranhas que me levam a dissertar, nalguns casos com humor sobre alguns depoiamentos.

As várias empresas mostraram as várias prácticas em vigor no sentido da não discriminação de raças, tendencias sexuais, genero nas politicas de recrutamento, de indução as funções, de salários etc.
Foi referido que não se tratava de não discriminação de raças e tendencias sexuais mas que o importante era haver igualdade de genero nos termos utilizados na escrita.

Exemplo: Num texto em que se refiram os colaboradores da empresa ou os empregados da empresa, deveria-se dizer “os colaboradores E as colaboradoras” ou “ os trabalhadores E as trabalhadoras”ou “os empregados e as empregadas”. Quem o afirmava dizia sentir-se discriminada como mulher quando a palavra era referida somente no masculino. Sugeria que se tentasse utilizar termos onde o genero não estivesse referido como “pessoas” por exemplo. Nesse preciso momento deixei de participar na discussão onde o meu genero estava em minoria.

Aqui entre nós, vou pensar um pouco no tema.

“As pessoas desta empresa tem os objectivos perfeitamente definidos”

AS PESSOAS – Mas AS é feminino. OS pessoas não existe na lingua portuguesa. Será que estamos a descriminar os homens ?. E pessoas humanas ? Será que existem pessoas que não são humanas ? . De qualquer maneira teriamos de dizer Os humanos e As humanas desta empresa. Nunca poderiamos dizer “As pessoas e Os humanos” referindo-nos às mulheres e aos homens respectivamente pois as mulheres poderiam sentir-se discriminadas por não estarem a ser consideradas humanas.
Hà outra expressão que também temos de deixar de usar – “O PESSOAL” . O termo é masculino e não existe no feminino.

Já sei – Vamos aproveitar o acordo ortográfico com o Brasil e inserir mais uns termos na lingua de Camões e de Coimbra ou então simplificamos e dizemos em Inglês – The people – The personel ou então dizemos às mulheres que iremos passar a usar os termos sempre no feminino. Possivelmente levamos para a laracha, passamos a considerar normal como usar gravata no emprego em Lisboa ou sapatos de tenis em Silicon Valey.
De certeza que não nos vamos sentir discriminados.
A NÃO SER ...

A não ser se neste mundo as mulheres começarem a assumir uma preponderancia superior aos homens e o que ao longo da história da civilização se constatou de subserviencia da mulher face ao homem, passar a ser ao contrário, e a história diz-nos que numa revolução se passa para o extremo oposto com abusos de poder e que só ao fim de algum tempo e experiencia entre as partes, a balança se estabiliza. Aì será que vamos passar nós os homens, a fazer reuniões e a alterar a lingua para ver se a pouco e pouco deixamos de ser discriminados no genero ?

Afinal qual é o caminho ?

O caminho está dentro de nós e na consciencia social de que as mulheres são iguais aos homens nos seus direitos e deveres. Essa consciencia cresce naturalmente na sociedade à medida que nos apercebemos a importancia do ponto e vista feminino nas tomadas de decisões.

A consciencia social que nos leva a assumir posições de protecção do ambiente e responsabilidade social que temos em relação a mais desfavorecidos. Hà 20 anos não pensavamos da mesma maneira que hoje sobre estes temas.

Será que é preciso mudar o vocabulário ou a nossa lingua ?

Bernardo